A liturgia de hoje nos convida a uma reflexão muito rica. Na primeira leitura nós temos a promessa que Deus faz com Abraão, e já nos mostra o escritor sagrado que a aliança que Deus faz de dar a Abraão uma numerosa descendência passará pelo sacrifício. 'Abraão tu serás grande mas terá que sofrer. Não pode ser grande sem sofrer. A gente sabe que é onde a gente derrama o sangue que fica a verdadeira marca. Se você quer que ele dê valor, faça ser difícil, porque tudo o que vem muito fácil, muito fácil vai embora.
Na história da salvação vemos que Deus a todo o tempo está educando o povo nesta pedagogia, Ele não quer infantilizar ninguém. Deus é muito claro. A ação de sua graça será de proteção, mas faça o seu esforço, e Abraão sabe muito bem que a promessa dessa descendência vai custar sacrifício, e isto vai sendo revelado aos poucos.
Se você entrar no caminho do Senhor, como dizia São Paulo a Timóteo, prepara te para o sofrimento. Não o sofrimento pelo sofrimento, mas o processo pelo qual se torna uma pessoa grande, sacrifício. Se você quer realmente alcançar um bom resultado, você tem que se esmerar na preparação desse resultado.
Quando Deus está falando para Abraão: “Abraão prepare-se Eu vou fazer com você uma aliança mas você vai ter que ser fiel ao que estou propondo”. A garantia da realização desta promessa é que você seja fiel dia por dia. Não fique querendo fazer fazer tudo de uma vez porque isto não é possível. O cuidado do todo depende do cuidado com a parte, é a observância do dia a dia para que você possa viver e alcançar o resultado que Deus preparou para você. Nós temos o sinal do arco-iris que vai de um ponto ao outro da terra para nos lembrar que a promessa de Deus é grandiosa, ela vai nos fazer sair de um lugar para chegar ao outro. É para nos recordar que teremos que teremos de viver o processo da caminhada.
Deus é processual, e estamos falando de promessa, no contexto do povo de Israel. O povo quer outra coisa se não o chão para descer as suas malas. O promessa que Deus faz ao seu povo é de vida plena, de abundância, de uma terra que vai jorrar leite e mel. Ninguém ganhou a terra prometida de mão beijada.
Deus é sábio Ele sabia que precisava fazer o povo caminhar, porque é no processo desta caminhada que se daria o aprendizado. O problema é que os nossos olhos muitas vezes estão fixos no resultado e muitas vezes Deus não está nos levando ao resultado mas ao processo. Não podemos ter os olhos fixos no final ou não descobrimos a graça que que Deus tem para nós hoje.
A identidade de vocês é divina e no Evangelho onde Jesus reúne os seus três amigos. E como é que eles reconhecem a sua glória? Primeiro eles dormem enquanto Jesus começa a ouvir sobre a sua paixão, mas quando eles abrem os olhos ele vêem a glória do Senhor.
Como alguem pode ser glorioso sendo crucificado, isso é contraditório. O nosso Deus é Rei mas é coroado de espinho. Porque Ele quer ensinar a nós que não é possível chegar a concretização da promessa sem passar pelo sofrimento.
Se a gente não coloca o pé na água o mar não vai se abrir. Quando Deus viu aquele povo entrando na água e mesmo com a água pelo pescoço, Deus se comove com a fé deles e então abre o mar.
A gente também precisa descobrir o arco-iris na nossa vida. Nós não estamos só e todo nós precisamos aprender a lidar com as nossas fraquezas. Ninguém está pronto, mas a diferença é que precisamos aprender a olhar para o arco-iris, pois se olharmos para baixo só vamos avistar os deuses do estomago, que não estão nada comprometidos com as nossa família.
São muitos os recursos dos deuses do estomago, e os esforços deles é fazer-nos esquecer que somos território santo. Olhe para o arco-iris, olhe para o céu, não permita que ninguém use o seu corpo, você não é um objeto. Olhe para o céu, não é fácil, mas quem disse que seria. O primeiro a estabelecer vínculos com as promessas divinas é você mesmo.
Tem muita coisa que ainda é possível a ser concertada. Comece a se educar a olhar para as coisas do alto. Nutra dentro de você aquilo que é bom, que edifica. Não tenha medo de viver o sacrifício.
A água do sacramento lava tudo aquilo que os deuses do estomago deixaram em nós. Nós podemos ser libertos pelo sangue de Jesus.