Um homem de Deus em busca de paz -

Um homem de Deus em busca de paz

04/02/2009

"O processo religioso é o despertar da sensibilidade pra olhar a vida de todo dia. Não tem nada de extraordinário acontecendo na nossa vida, mas tudo isso é sinal de Deus. Isso é bonito demais. Na descoberta da humanidade você descobre também o que é Divino e que não existe uma separação nisso".

Pe. Fábio de Melo

Ele é polêmico por se apresentar de uma forma um tanto quanto vaidosa e incompreendido por aqueles que não acompanham seu trabalho e insistem em acreditar que ele quer apenas "ganhar dinheiro" ou "ser pop".

Ainda que eu não admirasse o seu trabalho, acho o ser humano cruel demais quando só sabe criticar sem ao menos conhecer.

As críticas tem feito mal ao padre Fábio. Ele chegou no camarim do Empório Brasil minutos antes do show para falar com a imprensa com semblante de preocupação, tenso. Parecia que estava cansado de ter que responder as mesmas perguntas e ainda correr o risco de ser mal interpretado ou depois ler nas páginas do jornal somente informações que não acrescentam em nada a beleza de seu ofício.

Ele parecia estar cansado, desestimulado. Mas ainda assim, foi simpático, se esforçou em sorrir por alguns instantes e respondeu com atenção e cuidado a cada pergunta. Ele também se supreendeu quando a jornalista confessou ser admiradora de seu trabalho.

De voz serena e palavras pronunciadas bem devagar, sem pressa, ele não conseguia disfarçar como também estava agitado. Parecia não querer estar ali rodeado de jornalistas. Minutos depois, um pouco mais descontraído, ele perguntou: "Você viu a Veja de hoje?" E confessou que acreditava que a matéria seria ainda pior por ter sentido um clima bastante tenso quando concedeu a entrevista.

"Eu não sou um aventureiro, não comecei a cantar há um ano. Meu trabalho de Evangelização tem uma história e ele vira notícia porque é diferente. Fico chateado quando falam mal e quando não me respeitam", comentou.

No seu último post em seu site oficial, ele revela a indignação pela forma como tem sido apresentado: "Padre galã... Frequenta academia? Já fez plástica? Lipoaspiração? É a favor da camisinha? Tem amigos homossexuais? As perguntas não dizem respeito ao que quero anunciar".

Para ele, a mídia tem preferido evidenciar alguns detalhes de "sua condição humana". Mas ele é da Igreja, padre católico, apostólico, romano e deixa claro que sua tentativa é de "acertar o alvo da misericórdia".

"Desejo mostrar que o Evangelho é para nos tornar melhores. Gestando fraternidade, tolerância com os diferentes, abraço carinhoso que nos recorda que precisamos uns dos outros, mesmo que não tenhamos as mesmas convicções religiosas".

E termina enfático dizendo que deseja um ofício mais tranquilo, sem alardes, sem fotografias: "Meu ofício são meus encontros, sorrisos que me tocam. Pessoas envelhecidas que me devolvem juventude. Cartas que relatam a visita que receberam de Deus, pela força de minha palavra. Moço que me conta entre lágrimas que deixou as drogas depois de ter lido um livro que escrevi. Criança que fica com os olhinhos brilhando porque viram o padre da propaganda que aparece na TV. Time de futebol composto por um grupo de rapazes nada convencionais, e que o canal de TV especializado em esportes anuncia - Filho do céu. O reporter perguntou a razão do nome. A resposta veio direta - Por causa de um padre que a gente gosta!"

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